Teologia da Libertação sem ideologia
By Pastoral da Juventude - Arquidiocese de Feira - 00:08
A antessala deste livro extraordinário do cardeal Gerhard Müller e do extraordinário prefácio de Francisco remonta à quarta-feira, 11 de setembro de 2013. Data histórica: na capela de Santa Marta, a residência onde vive o papa que renunciou ao Apartamento apostólico, o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé acompanhou o seu velho amigo peruano Gustavo Gutiérrez para concelebrar a missa junto com o papa.
No dia 22 de julho de 1968, em uma vila de pescadores no Pacífico, em Chimbote, Gutiérrez era o jovem teólogo que deveria entreter os seminaristas sobre a "teologia do desenvolvimento" e, ao invés, lhes falou sobre a Teología de la libertación: três anos mais tarde, esse se tornou o título do texto que batizaria a corrente teológica mais discutida do fim do século XX.
Agora, o tema da pobreza e da "missão libeartadora" e "evangelizadora" da Igreja está no centro do livro de Müller. Além disso, o título retoma justamente a expressão de Francisco: "Pobre para os pobres. A missão da Igreja" (Livraria Editora Vaticana, 312 páginas).
Além dos escritos do cardeal, o livro recebe contribuições do próprio Gutiérrez e de Josef Sayer, o teólogo que, há 25 anos, propiciou o encontro entre o futuro "guardião da fé" e o pai da teologia da libertação.
Uma reflexão sobre a pobreza para além das forçações ideológicas (Müller explica que "a autêntica teologia da libertação" é "oposta" ao "marxismo" assim como ao "liberalismo contemporâneo"), à luz essencial do Evangelho e daquela "conversão" de vida que faz reconhecer os outros como irmãos: porque Mammon, escreve Francisco, não é a riqueza em si, mas aquela escondida, que produz iniquidade por estar fechada à solidariedade.
Editado pelo professor Pierluca Azzaro, que supervisionou a escrupulosa tradução, o livro será apresentado pelo autor no dia 25 de fevereiro, em Roma, às 18 horas, na Via della Conciliazione 5, juntamente com o cardeal Oscar Rodríguez Maradiaga e o padre Federico Lombardi.
No fim, Francisco agradece o cardeal Müller pela obra e se dirige a quem o lê: "Estou certo de que cada um de vocês, de algum modo, se deixará tocar o coração e sentirá surgir dentro de si a exigência de uma renovação da vida. Pois bem, amigos leitores, saiba, que, nessa exigência e nessa estrada, vocês vão me encontrar a partir de agora com vocês, como irmão e sincero companheiro de viagem".
Fonte: Ihu Online
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