Pastoral da Aids no Brasil beneficiou nos últimos 3 anos quase 4 milhões de pessoas
By Pastoral da Juventude - Arquidiocese de Feira - 16:20
A Pastoral da Aids é um serviço da Igreja Católica que está presente em todas as dioceses brasileiras. Atuando na área de prevenção, no acompanhamento de soropositivos e na reinserção social dessas pessoas, a Pastoral da Aids beneficiou apenas nos últimos três anos, mais de 3 milhões e 800 mil brasileiros.
Aids no Brasil
De acordo com o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, desde o início da epidemia, em 1980, até junho de 2012, o Brasil tem 656.701 casos registrados de Aids. Em média, são registrados cerca de 36 mil novos casos por ano, e mais de 11 mil morrem anualmente.
Para falar sobre o trabalho desenvolvido pela Pastoral da Aids no Brasil o A12.com convidou Antonio Carlos de Souza Pires, conhecido como Cal, que é formado em psicologia e foi um dos sócio-fundadores da Pastoral da Aids no Brasil. Atualmente, ele é membro da REDLACVO+, a Rede Latino Americana e Caribenha de Ações Voluntárias no combate ao HIV/AIDS, membro da Pastoral da Aids no Regional Leste 1, e presidente do grupo assistencial SOS Vida, referência no trabalho junto a soropositivos e seus familiares em Petrópolis (RJ). Com ele, colaborou nas respostas a coordenadora da Pastoral da Aids no Regional Leste 1, Ana Carolina Souza.
Veja a entrevista:
A12 - A Pastoral da AIDS enfrenta preconceito ou indiferença em sua atuação pastoral?
Antonio Carlos de Souza Pires e Ana Carolina Souza - Sim, ela enfrenta preconceito. Este tema ainda é tabu para muitos seguimentos da nossa sociedade, mas estamos conseguindo avançar graças ao apoio dentro da nossa Igreja e também pessoas desta mesma sociedade. Já estamos presente em todas as dioceses e arquidioceses do nosso país.
Antonio Carlos de Souza Pires e Ana Carolina Souza - Sim, ela enfrenta preconceito. Este tema ainda é tabu para muitos seguimentos da nossa sociedade, mas estamos conseguindo avançar graças ao apoio dentro da nossa Igreja e também pessoas desta mesma sociedade. Já estamos presente em todas as dioceses e arquidioceses do nosso país.
A12 - Qual o maior desafio para o enfrentamento da doença em nosso país?
Antonio Carlos de Souza Pires e Ana Carolina Souza - A discriminação e desmistificação do HIV, sem banalizar. Percebemos esta tendência em nossa sociedade, por ser considerada atualmente uma doença crônica, algumas pessoas pensam “não precisamos nos preocupar mais com o portador (a) do vírus HIV/AIDS é mais uma doença”. Com essa postura, querem retirar algumas conquistas da sociedade para esta população. Precisamos estar muito atentos para que não se perca todo um trabalho ao longo de 30 anos do movimento de luta contra AIDS.
Antonio Carlos de Souza Pires e Ana Carolina Souza - A discriminação e desmistificação do HIV, sem banalizar. Percebemos esta tendência em nossa sociedade, por ser considerada atualmente uma doença crônica, algumas pessoas pensam “não precisamos nos preocupar mais com o portador (a) do vírus HIV/AIDS é mais uma doença”. Com essa postura, querem retirar algumas conquistas da sociedade para esta população. Precisamos estar muito atentos para que não se perca todo um trabalho ao longo de 30 anos do movimento de luta contra AIDS.
Os portadores do vírus HIV também tem auto preconceito em relação a doença devido ao medo da discriminação por parte da sociedade.
A12 - A partir de sua experiência no trabalho pastoral, como o senhor analisa a questão do estigma associado à AIDS em nossa sociedade?
Antonio Carlos de Souza Pires e Ana Carolina Souza - Ainda é um pensamento de uma grande parte da sociedade sobre a maioria das infecções serem [transmitidas] através do sexo e a associação no princípio da pandemia a grupos de risco, ao longo do tempo percebeu-se que não existe grupo de risco, e sim COMPORTAMENTO DE RISCO. Este estigma provoca sofrimentos em muitos infectados levando alguns a atitudes extremas, como tirar a própria vida.
Antonio Carlos de Souza Pires e Ana Carolina Souza - Ainda é um pensamento de uma grande parte da sociedade sobre a maioria das infecções serem [transmitidas] através do sexo e a associação no princípio da pandemia a grupos de risco, ao longo do tempo percebeu-se que não existe grupo de risco, e sim COMPORTAMENTO DE RISCO. Este estigma provoca sofrimentos em muitos infectados levando alguns a atitudes extremas, como tirar a própria vida.
Nós enquanto pastoral tentamos mudar este pensamento e trabalhamos com uma das propostas, MUDANÇA DE COMPORTAMENTO por parte dos infectados e que a sociedade os veja como irmãos e irmãs que estão passando por um momento de dificuldades em suas vidas e é possível acolhê-los e dar amor e carinho, seguindo os ensinamentos de Cristo: SIMPLESMENTE AMAR COMO NOSSOS IRMÃOS E IRMÃS.
Capacitamos os nossos agentes nesta direção: oferecer carinho, amor e compreensão a quem nos procura. Trabalhamos também na incidência política, pois entendemos que esta é uma das formas de se garantir direitos e oferecer dignidade às pessoas, exercer controle social é muito importante e entendemos ser necessário. Outra linha de atuação nossa é incentivar o teste anti-HIV. Quanto mais precocemente a pessoa souber sua sorologia, poderá iniciar o tratamento e o autocuidado evitando novas infecções.
A12 - Qual a mensagem que o senhor gostaria de passar nesse dia 1º de Dezembro, Dia Mundial de Luta contra a Aids?Antonio Carlos de Souza Pires e Ana Carolina Souza - Que a Aids seja encarada como uma doença incurável sim, que pode ser evitada, mas que também deve ser encarada como uma doença que necessita de tratamento de uso contínuo. E que os soropositivos sejam aceitos pela sociedade sem discriminação nem preconceito, pois o que eles mais necessitam é de amor e compreensão e não de exclusão.
Não banalizar a Aids. Não podemos permitir a retirada de conquistas que só foram conseguidas com muitas vidas perdidas. Esperamos que as autoridades repensem suas posturas e continuem a fortalecer o movimento nacional de luta contra aids em que estamos inseridos.
Na foto: membros da Pastoral da Aids de Goiânia.
Fonte: A12
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