Unge-nos e envia-nos: de Betânia para Samaria
By Pastoral da Juventude - Arquidiocese de Feira - 10:20
“A casa inteira se encheu com o
perfume...” Jo 12, 3
Quanto a vocês, a
unção que receberam de Jesus permanece em vocês. [...]
Permaneçam nele como Ele os ensinou.
1 Jo 2,27
Betânia foi nossa
casa nesse caminho. Seguimos querendo chegar a Jerusalém. Betânia foi casa de
Jesus em seu caminho. Casa que acolheu e acolhe a juventude. Casa que cuidou e
cuida a juventude. Casa do pão. Casa dos pobres. Casa dos jovens. Casa da alegria,
da amizade, da festa. Agora, assim como com Jesus de Nazaré, se torna Casa que
envia. Samaria está logo ali no horizonte. Já podemos preparar nossos baldes
para estar cheios de juventude e de Deus no caminho da revitalização em 2014:
reconhecer e conviver! Já começamos sentir saudades de Betânia, por isso, ela
não pode ficar no esquecimento. Ela deve ser permanente, teológica. Betânia
deve ser uma espiritualidade pessoal e coletiva, um jeito de ser grupo de
jovens: Senhor, ajude-nos a viver intensamente as “betânias” da vida! Senhor,
lança-nos com ousadia para Samaria, mas queremos ir com Tua unção. Com Teu
cheiro divino e humano! Cheiro de Natal! Cheiro do céu!
A unção feita em
Betânia para Jesus é narrada nos quatro Evangelhos: Mt 26, 6-13; Mc 14, 1-9; Jo
12, 1-8; Lc 7, 36-50. Alguns detalhes diferenciam um relato do outro. Todos
eles apontam para a unção como uma preparação para a sepultura de Jesus. A
cruz, a morte, a entrega total e radical fazem parte do nosso caminho. É
necessário enfrentar os conflitos que aparecem e que balançam e tombam a vida
de tanta juventude e do projeto de vida de Jesus. Não há ressurreição sem cruz.
O Ressuscitado é o mesmo Crucificado. A unção que pedimos pra continuar nosso
caminho, vivendo a Samaria, é para sempre estarmos vivendo a radicalidade do
Evangelho.
A palavra “messias”
deriva do termo hebraico mashiah, que significa “ungido”. No
equivalente grego, essa palavra é christos. Para Israel, a
pessoa que era ungida recebia qualidades sobre-humanas, como, por exemplo, era
feita a unção para a coroação dos reis (2Sm 2,21). Jesus, porém, foi um messias
completamente diferente do esperado pelo povo de maneira geral e até mesmo do
messias esperado pelos movimentos revolucionários da época. Foi um rei
diferente. Subversivo em tudo.
O perfume de nardo
dentro do frasco de alabastro tem o cheiro da juventude. Cheiro do divino. Algo
de valor. Derramar todo perfume sobre a cabeça de Jesus é um gesto de amor e
amizade. É tudo aquilo que Ele viveu em Betânia. É oferecer tudo pra Jesus. A
sala encheu-se de perfume. E Jesus acolheu o gesto com amor.
A unção que pedimos
do Ungido é para continuarmos esse caminho. Com simplicidade de quem se dispõe
a caminhar com a juventude. Queremos sentir sempre esse perfume que seguiu
conosco todo esse ano da mística de Betânia.
Unge-nos e envia-nos
até Samaria. Enche nossos baldes de sonhos e de vida para a juventude.
Luis
Duarte Vieira – Noviço Jesuíta e Militante da Pastoral da Juventude
Maicon
André Malacarne – Padre, assessor da Pastoral da Juventude da Diocese de Erexim/RS
Fonte: Cajueiro
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