Paixão do Senhor: Quantos prisioneiros na mesma condição de Jesus!
By Pastoral da Juventude - Arquidiocese de Feira - 13:50
Cidade
do Vaticano (RV) - O Papa Francisco presidiu, nesta Sexta-feira Santa (03/04),
na Basílica de São Pedro, a Celebração da Paixão do Senhor. Nesse dia, não se
celebra a Santa Missa, mas as funções da Sexta-feira da Paixão com a Liturgia
da Palavra, Adoração da Cruz e Comunhão Eucarística.
A homilia da celebração foi feita pelo
Pregador da Casa Pontifícia, Frei Raniero Cantalamessa, que baseou a sua
reflexão nas palavas de Pilatos: “Eis o homem”, recordando os muitos “Eis o
homem” de nossos dias vítimas da fome, pobreza, injustiça e exploração.
“Desses males já se fala muitas vezes,
embora nunca o suficiente, e há o risco de se tornarem abstrações. Categorias,
não pessoas. Pensemos agora no sofrimento dos indivíduos, das pessoas com nome
e identidade concreta; nas torturas decididas a sangue frio e infligidas
voluntariamente, neste exato momento, por seres humanos contra outros seres
humanos, inclusive crianças”, frisou Frei Cantalamessa.
“Quantos "Eis o homem" no
mundo! Meu Deus, quantos Eis o homem”! Quantos prisioneiros na mesma condição
de Jesus no pretório de Pilatos: sozinhos, algemados, torturados, à mercê de
soldados ásperos e cheios de ódio, que se entregam a todo tipo de crueldade
física e psicológica, divertindo-se em ver sofrer. "Não podemos dormir,
não podemos deixá-los sós!", disse ainda o capuchinho.
“A exclamação "Eis o homem!"
não se aplica somente às vítimas, mas também aos carnífices. Ela quer dizer:
eis aqui do que o homem é capaz! Com temor e tremor, digamos ainda: eis do que
somos capazes nós, homens! Muito distante da marcha inexorável do Homo sapiens
sapiens, o homem que, segundo alguns, nasceria da morte de Deus e tomaria o seu
lugar”, frisou.
Recordando o sofrimento dos cristãos,
Frei Cantalemessa destacou que eles “não são, certamente, as únicas vítimas da
violência homicida que há no mundo, mas não se pode ignorar que, em muitos
países, eles são as vítimas marcadas e mais frequentes. Jesus disse um dia aos
seus discípulos: "Chegará uma hora em que aqueles que vos matarem julgarão
estar honrando a Deus". Talvez estas palavras nunca tenham achado na
história um cumprimento tão pontual quanto hoje”, disse ele.
“Os mártires perfeitos celebraram a
mais esplêndida das festas pascais ao ser admitidos no banquete celeste. Será
assim para muitos cristãos também na Páscoa deste ano, 2015 depois de Cristo.”
Disse ainda o capuchinho, "então,
indagará alguém, seguir a Cristo é sempre um resignar-se passivamente à derrota
e à morte? Pelo contrário! "Tende coragem", disse Ele aos apóstolos
antes da Paixão: "Eu venci o mundo". Cristo venceu o mundo vencendo o
mal do mundo.
“Os verdadeiros mártires de Cristo não
morrem com os punhos cerrados, mas com as mãos juntas. Tivemos tantos exemplos
recentes”, disse Frei Cantalamessa, recordando que foi Cristo quem deu aos 21
cristãos coptas mortos pelo Estado Islâmico na Líbia, em 22 de fevereiro
passado, a força para morrerem murmurando o seu nome.
Fonte: Rádio Vaticano
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