Papa contra as armas nucleares: a paz não se constrói sobre o medo
By Pastoral da Juventude - Arquidiocese de Feira - 21:28
O Papa Francisco enviou uma mensagem à Conferência da ONU
sobre armas nucleares, em andamento em Nova Iorque de 27 a 31 de março. A
finalidade da Conferência é negociar um instrumento juridicamente vinculante
sobre a proibição das armas nucleares, que conduza à sua total eliminação.
Representando a Santa Sé, participa do
evento o Subsecretário das Relações com os Estados, Mons. Antoine Camilleri,
que leu a mensagem do Papa Francisco.
No texto, o Pontífice cita os efeitos
devastadores das
armas nucleares e suas catastróficas consequências humanitárias
e ambientais para questionar a sustentabilidade de um equilíbrio baseado no
medo.
“A paz e a estabilidade internacionais
não podem ser fundadas sobre um falso sentido de segurança, sobre a ameaça de
uma destruição recíproca ou de total aniquilamento, sobre a simples manutenção
de um equilíbrio de poder”, afirma o Papa. Pelo contrário, a paz deve ser
construída sobre a justiça, sobre o desenvolvimento humano integral, sobre o
respeito dos direitos humanos fundamentais e da natureza.
Portanto, nesta perspectiva, para
Francisco é preciso ir além da proibição das armas
nucleares, adotando estratégias de longo alcance para promover
a paz e a estabilidade e evitar políticas míopes aos problemas de segurança
nacional e internacional, que ultrapassem o medo e o isolacionismo.
Neste contexto, prossegue o Papa, “o
objetivo final da eliminação das armas nucleares se torna seja um desafio, seja
um imperativo moral e humanitário”.
Ainda na mensagem, o Pontífice insiste na necessidade do diálogo, da confiança
recíproca e do envolvimento de todos os Estados, que possuam ou não armas
nucleares. “A humanidade tem a capacidade de trabalhar junta para construir a
nossa casa comum; temos a liberdade, a inteligência e a capacidade de guiar e
dirigir a tecnologia, assim como a de limitar o nosso poder e de colocá-lo a
serviço de outro tipo de progresso:
mais humano, mais social e mais integral.”
Por fim, Francisco faz votos de que a
Conferência seja profícua e dê uma contribuição eficaz no avanço da ética da
paz e da segurança cooperativa multicultural, “de que a humanidade tanto
necessita”.
Fonte: Rádio Vaticano
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