O Evangelho da Festa da Sagrada Família, é tirado dos primeiros capítulos de Lucas. Mais uma vez, encontramos um tema muito importante para esse Evangelho – o encontro entre a Antiga e a Nova Aliança. Durante Advento, Lucas fazia paralelo entre Isabel, Zacarias e João Batista, e Maria, José e Jesus. No texto de hoje, os justos da Antiga Aliança são representados pelas figuras de Simeão e Ana, profeta e profetisa. Outros dois temas de Lucas também se destacam nesse relato – o Espírito Santo e a opção pelos pobres.
Lucas destaca que os pais de Jesus foram ao Templo conforme a Lei (cf. Lv 12,8), para oferecer o sacrifício de dois pombinhos pela purificação. Na Lei, esse sacrifício era permitido aos pobres. Mais uma vez, continuando a lição da manjedoura e dos pastores, Lucas sublinha o amor especial de Deus pelos pobres. Deixa bem claro que Maria, José e Jesus eram contados entre eles como, aliás, era toda a população do Nazaré de então.
Simeão e Ana representam, quase nos mesmos termos de Zacarias e Isabel, os justos que esperavam a salvação de Deus – o grupo conhecido no Antigo Testamento como os anawim, ou “pobres de Javé”. É de notar que, no seu canto, Simeão proclama que ele pode “ir em paz”, simbolizando que as esperanças dos justos da Antiga Aliança agora estavam se realizando em Jesus. Tal como, na visitação, a idosa Isabel, símbolo também dos justos, acolhia com alegria a chegada de Maria com Jesus, agora Simeão e Ana recebem com a mesma alegria a novidade da Nova Aliança, concretizada em Jesus. Mais uma vez, Lucas coloca juntos homem e mulher, um tema comum nos seus escritos (cf. Lc 4,25-28; 4,31-39; 7,1-17; 7,36-50; 23,55–24,35; At 16,13-34). Assim, Lucas insiste que mulher e homem se colocam juntos diante de Deus. São iguais em dignidade e graça, recebem os mesmos dons e têm as mesmas responsabilidades.
Como já fez em Lc 2,19 e fará de novo em Lc 2,50, novamente o evangelista frisa que os seus pais ainda não entenderam plenamente o alcance do mistério de Jesus. O v. 33 insiste que “o pai e a mãe do menino estavam admirados do que se dizia dele”. Mais uma vez, apresenta-nos José e, especialmente, Maria como modelos de fé. Apesar de qualquer revelação que tivessem, José e Maria também caminharam na escuridão da fé, descobrindo, passo a passo, o que significava ser discípulo de Jesus.
Jesus “crescia e se fortalecia, cheio de sabedoria, e o favor de Deus estava com ele”. Como acontece com todos nós, esse crescimento foi gradual, e a sua família tinha um papel importantíssimo no seu crescimento. Se, como adulto, ele podia revelar-nos a imagem de Deus como o amoroso Pai – tema tão caro a Lucas – era porque também aprendeu isso através da experiência com José. Se cresceu na espiritualidade dos anawim, era porque aprendeu isso desde o berço, junto com os seus pais. Se foi fiel na busca da vontade de Deus, era porque assim aprendeu no ambiente familiar.
Lucas destaca que os pais de Jesus foram ao Templo conforme a Lei (cf. Lv 12,8), para oferecer o sacrifício de dois pombinhos pela purificação. Na Lei, esse sacrifício era permitido aos pobres. Mais uma vez, continuando a lição da manjedoura e dos pastores, Lucas sublinha o amor especial de Deus pelos pobres. Deixa bem claro que Maria, José e Jesus eram contados entre eles como, aliás, era toda a população do Nazaré de então.
Simeão e Ana representam, quase nos mesmos termos de Zacarias e Isabel, os justos que esperavam a salvação de Deus – o grupo conhecido no Antigo Testamento como os anawim, ou “pobres de Javé”. É de notar que, no seu canto, Simeão proclama que ele pode “ir em paz”, simbolizando que as esperanças dos justos da Antiga Aliança agora estavam se realizando em Jesus. Tal como, na visitação, a idosa Isabel, símbolo também dos justos, acolhia com alegria a chegada de Maria com Jesus, agora Simeão e Ana recebem com a mesma alegria a novidade da Nova Aliança, concretizada em Jesus. Mais uma vez, Lucas coloca juntos homem e mulher, um tema comum nos seus escritos (cf. Lc 4,25-28; 4,31-39; 7,1-17; 7,36-50; 23,55–24,35; At 16,13-34). Assim, Lucas insiste que mulher e homem se colocam juntos diante de Deus. São iguais em dignidade e graça, recebem os mesmos dons e têm as mesmas responsabilidades.
Como já fez em Lc 2,19 e fará de novo em Lc 2,50, novamente o evangelista frisa que os seus pais ainda não entenderam plenamente o alcance do mistério de Jesus. O v. 33 insiste que “o pai e a mãe do menino estavam admirados do que se dizia dele”. Mais uma vez, apresenta-nos José e, especialmente, Maria como modelos de fé. Apesar de qualquer revelação que tivessem, José e Maria também caminharam na escuridão da fé, descobrindo, passo a passo, o que significava ser discípulo de Jesus.
Jesus “crescia e se fortalecia, cheio de sabedoria, e o favor de Deus estava com ele”. Como acontece com todos nós, esse crescimento foi gradual, e a sua família tinha um papel importantíssimo no seu crescimento. Se, como adulto, ele podia revelar-nos a imagem de Deus como o amoroso Pai – tema tão caro a Lucas – era porque também aprendeu isso através da experiência com José. Se cresceu na espiritualidade dos anawim, era porque aprendeu isso desde o berço, junto com os seus pais. Se foi fiel na busca da vontade de Deus, era porque assim aprendeu no ambiente familiar.
Nossa sociedade desvaloriza a vida familiar, especialmente por seu consumismo desenfreado e seu materialismo. Diante disso o texto de hoje anima-nos e desafia-nos, tal como Maria e José, na claridade ou na escuridão da caminhada, a que criemos um ambiente onde o amor possa florescer e onde a nossa juventude possa aprender a importância do amor nutrido em uma fé viva.
Ninguém ignora que hoje a família tradicional enfrenta enormes dificuldades. Diante dos problemas, respostas fáceis não servem. Nem sempre é óbvio o caminho a seguir. Novas dificuldades e novas perguntas exigem um novo olhar da parte das Igrejas. Nesse sentido, há pouco, presenciamos algo inédito na Igreja Católica em Roma: a realização de um sínodo sobre a família onde todos os participantes foram convidados pelo Papa a expressarem as suas opiniões abertamente e sem medo. Houve divergências, obviamente, pois nem tudo está claro. Há quem prefere ignorar a realidade, fechar os olhos diante de problemas reais que causam, muitas vezes, sofrimento no seio das famílias, e refugiar-se em chavões legalistas em lugar de procurar descobrir o que Jesus faria em tais situações. O Espírito Santo ilumina as Igrejas e as famílias que realmente buscam juntas as maneiras evangélicas de como responder aos novos desafios.
Rezemos pelas famílias, pelas que estão bem firmes e pelas desestruturadas. Rezemos também pelas lideranças de nossas Igrejas, para que tenham força e saúde, a fim de testemunharem, nos nossos tempos, a missão de Jesus compassivo e misericordioso.
Fonte: Tomaz Hughes
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