Consciência Negra

By Pastoral da Juventude - Arquidiocese de Feira - 22:52


Já é tradição do Movimento Negro no Brasil, neste mês, celebrar a memória de Zumbi do Quilombo dos Palmares que, no dia 20 de novembro de 1695, morreu lutando pela abolição da escravatura. Por isso, o 20 de novembro é o Dia da Consciência Negra.

É NECESSÁRIO valorizar essa memória e procurar fortalecer a defesa dos negros, muitos dos quais estão vivendo, por causa da escravidão, “abaixo do nível da pobreza” e à margem da sociedade. O Papa João Paulo II, na sua visita ao Brasil, em 1997, disse: “Estes brasileiros de origem africana merecem, têm direito e podem, com razão, pedir e esperar o máximo respeito aos traços fundamentais de sua cultura, como cidadãos a pleno título”.

A POPULAÇÃO negra necessita, quer e merece um lugar ao sol no coração da sociedade que ela ajudou e continua ajudando a construir. Não se trata de uma concessão paternalista, mas de uma construção onde as pessoas, no espírito de comunhão e participação, promovem a superação do racismo, da discriminação racial e a intolerância religiosa. Possibilitem o diálogo inter-religioso, a conquista de políticas públicas e o resgate da verdadeira história com seus heróis e heroínas.

PREOCUPA-NOS que poucos afro-americanos cheguem à educação superior sem a qual se torna mais difícil seu acesso às esferas de decisão na sociedade. Somos solidários aos afro-americanos nas reivindicações pela defesa de seus territórios, na afirmação de seus direitos, na cidadania, nos projetos próprios de desenvolvimentos e consciência de negritude.

PRECISAMOS ajudar para que as feridas culturais, injustamente sofridas na história dos afro-americanos, não absorvam, nem paralisem a partir do seu interior, o dinamismo de sua personalidade humana, de sua identidade étnica, de sua memória cultural, de seu desenvolvimentos social nos novos cenários que se apresentam.

A IGREJA defende os autênticos valores culturais de todos os povos, especialmente dos oprimidos, indefesos e marginalizados. Por isso, denuncia a prática da discriminação e do racismo em suas diferentes expressões, pois ofende a dignidade humana. O respeito aos afro-americanos é um desafio que nos interpela para viver o verdadeiro amor a Deus e ao próximo. E até que não tomemos todos consciência de que nós, seres humanos de todas as raças, somos iguais em direitos, deveres, e dignidade, celebremos o Dia da Consciência Negra.

+ Itamar Vian - Arcebispo Metropolitano
Fonte: fecatolica.com.br

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