Campanha da Fraternidade 2013 é discutida na Casa da Cidadania de Feira

By Pastoral da Juventude - Arquidiocese de Feira - 22:51

A Câmara Municipal de Feira de Santana realizou, na manhã desta quinta-feira (23), audiência pública, com o objetivo de debater e divulgar a Campanha da Fraternidade 2013 no município, atendendo ao ofício da Comissão de Meio Ambiente, Direitos Humanos e Defesa do Consumidor.

O evento foi conduzido pelo vereador Pablo Roberto, que compôs a mesa juntamente com o vice-prefeito Luciano Ribeiro (representando o prefeito José Ronaldo); padre Cristiano Fechine de Holanda (representando o arcebispo metropolitano Dom Itamar Vian); Erik José Nascimento Cerqueira, coordenador arquidiocesano da Pastoral da Juventude; além do major Kleber Ribeiro de Araújo (representando o Comando da Polícia Militar de Feira de Santana).
A referida  Campanha, que tem como tema “Fraternidade e Juventude”, se propõe olhar a realidade dos jovens, acolhendo-os com a riqueza de suas diversidades, propostas e potencialidades; entendê-los e auxiliá-los neste contexto de profundo impacto cultural e de relações midiáticas; fazer-se solidária em seus sofrimentos e angústias, especialmente junto aos que mais sofrem com os desafios desta mudança de época e com a exclusão social; reavivar-lhes o potencial de participação e transformação.
Idealizada pela Igreja Católica, a Campanha da Fraternidade tem como objetivo geral acolher os jovens no contexto de mudança de época, propiciando caminhos para seu protagonismo no seguimento de Jesus Cristo, na vivência eclesial e na construção de uma sociedade fraterna fundamentada na cultura da vida, da justiça e da paz.
Educação religiosa, escolar e doméstica; cultura; saúde; lazer; acesso a cursos profissionalizantes; inserção no mercado de trabalho; participação nos espaços de decisões coletivas, enfim efetivação e implementação de políticas públicas foram as principais sugestões dos debatedores da audiência pública, para a superação da situação de exclusão e vulnerabilidade social vivenciada por uma grande parcela do público infanto-juvenil.
O padre Cristiano Fechine de Holanda, que foi um dos palestrantes do evento, afirmou que um desafio da Campanha é ir ao encontro dos jovens. “mas para perseguir tal desafio é preciso, antes de tudo, saber onde se encontra a nossa juventude”, disse.
O palestrante observa que, atualmente, o jovem se encontra “em uma mudança de época, em uma inevitável crise de sentido, na ambiência midiática. Nas redes sociais ele pode ser rapidamente ouvido, visto e considerado, bem como nas tribos e nos grupos. Encontrando os jovens, é preciso lhes oferecer propostas e possibilidades que lhes abram o horizonte de sentidos para a vida”, salientou.
Ele disse que, “ciente de tão grande desafio, a igreja com esta campanha quer mobilizar também, o quanto possível, os segmentos da sociedade, a fim de se solidarizarem com esses jovens, a favorecer-lhes espaços, projetos e políticas públicas, para que eles possam se organizar, a partir de escolhas fundamentais e de uma construção sólida do seu projeto de vida”.
Desigualdade social
Na oportunidade, o padre Cristiano ressaltou que a desigualdade social marca profundamente o futuro dos jovens. Ele fundamentou sua explanação, apresentado dados do Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA): “30,6% dos jovens estão em famílias de até meio salário mínimo; 53,7% naquelas com renda entre meio e dois salários mínimo e 15,7% naquelas com renda superior a dois salários mínimos.
Também informou que os jovens estão maciçamente presentes no meio urbano. “Na zona urbana estão 84,35% dos nossos jovens, notadamente nas periferias, onde convivem com rotinas de altas taxas de desemprego e de violência, crescente segregação espacial e qualidade de vida deteriorada. Cerca de 48,7% dos jovens urbanos vivem em moradias inadequadas fisicamente”.
O palestrante disse ainda que, de acordo com o mapa da violência do ano de 2011, enquanto a taxa de mortalidade total da população brasileira caiu, a dos jovens subiu, puxada pelos homicídios.
“Na população não jovem, 2% das mortes são por homicídios, entre os jovens esse percentual é de 40%. A maioria desses atos de violência ocorre no contexto de tráfico e consumo de drogas. Os assassinatos aparecem quase na sua totalidade nas camadas mais pobres”, declarou.
Para o padre, a sociedade precisa, mais do que nunca, aproximar-se do mundo juvenil, da sua realidade cheia de feridas e de belezas, de suas potencialidades e de sua criatividade, de sua cultura e seus modos de existências.
No tocante ao poder público, ele disse que “precisa desenvolver políticas que revertam em atenção social aos jovens e investir neles; propiciar o acesso aos estudos, ao campo científico e aos meios de comunicação digital; dar condições de dignas de moradia, de trabalho, de lazer, de saúde e de formação humana e afetiva”, pontuou.
Também se pronunciaram sobre o tema da Campanha da Fraternidade  os vereadores Pablo Roberto, Welligton Andrade e Beldes; o vice-prefeito Luciano Ribeiro; Erik José Nascimento Cerqueira; além de pessoas das galerias e do plenário da Câmara, que prestigiaram o evento.
Audiência pública foi encerrada com a oração do “Pai Nosso”, proferida pelo padre Cristiano Fechine de Holanda.

Fonte:  Câmara de  Vereadores de Feira de Santana

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